sábado, 14 de maio de 2011

Feiras e Palhaçadas

               Muito lentamente... assim muito alentejanamente...fui acumulando desassossegos e, hoje, por todos os motivos e mais um saco deles, aqui ficam algumas apreciações.

            As folhas do calendário foram passando e cá está mais uma Feira de Maio.
Nós, cá por Moura somos hospitaleiros, temos prazer em receber quem nos visita no nosso melhor! Saímos para a rua nas feiras e festas uma vez que, são dos poucos motivos que temos para tirar o rabo de casa, raras são as ocasiões em que tal se justifica.
Muitos forasteiros, muita família, muitos amigos e conhecidos animam as praças, as ruas, os becos e nós, os de cá, queremos que nos recordem pelos melhores motivos!


Como será bom de adivinhar, a nossa Autarquia, tenta por todos os meios de que dispõe, surpreender e inovar em cada edição da feira.
Na sua grandeza imaginativa e por vias da necessidade eleitoral, este ano as obras em curso avançaram a todo o gás!
As mentes brilhantes que nos guiam pelos caminhos sinuosos, num tom vermelho mal iluminado do nosso serviço público, este ano excederam-se em novidades!
Este ajuntamento de amigos e companheiros monocromáticos, agradecem e retribuem o ordenado, abdicando de dar uso a um dos órgãos que, supostamente, toda a gente devia trazer de origem: o cérebro!
Só assim se explica e espantemo-nos...a transformação da principal artéria de acesso à Feira, numa armadilha!!!
Suspeitamos que tenham sido dadas instruções para que as obras da remodelação da rede de águas e esgotos, avançassem a todo o vapor chegando mesmo ao cimo do Largo de S. Francisco (continuação da Rua Serpa Pinto) e tornassem mais difícil o acesso ao recinto da feira.
Temos, na principal artéria de acesso pedestre e automóvel uma enorme vala que, quase fez desaparecer a Rua...
Inveja por não termos o nosso próprio terramoto?  A preparação do cenário de algum filme da saga Indiana Jones? Quiçá uma forma de impedir que mais pessoas acedam à pobreza de Feira que se oferece?...Marketing sobre a eficiência, inexistente, nos serviços que deveriam ser de serviço (para o/ ao serviço do) público?
Véspera de eleições costumam aguçar o engenho aos executivos para ”puxar para cima” o seu desempenho...Tratando-se de pessoas tão iluminadas e tão avessas a opiniões externas ao seu grupinho, esforço-me por uma explicação entendível...
Será esta uma nova forma de apresentar serviço? Se é... é tipo: “uma espécie de absorção...mas, ao contrário”!
Uma filosofia alternativa...ou alternadeira?É por aqui o caminho? Esburacar uma artéria nobre desta cidade (?) numa altura tão pouco propícia, para publicitar um empreendedorismo adormecido durante meses...anos...décadas?...

Só assim em jeito de lembrete:
Neste concelho em que, tanta coisa está por fazer,  podemos permitir-nos a luxos tais como o Museu Gordillo, o Espaço Sheherazade, o Museu Municipal, o Jardim das Oliveiras, as piscinas da Amareleja, Igreja de S. Francisco (recuperada), Edifício dos Quartéis, iniciado há 6 anos e ainda por concluir?
Não seriam estes, espaços a concretizar, depois de assegurados os serviços básicos às populações? Melhorar as ruas, cumprir a lei das acessibilidades, levar água de qualidade a todos os munícipes, assegurar primeiro o bem estar das populações e pensar depois em construir piscinas...Proporcionar condições à iniciativa privada para que tenha o seu papel no desenvolvimento do concelho e, não deixar uma Zona Indústrial quase ao abandono e outra mal iniciada já lá vão mais de 6 anos?... Deixar de prometer espaços a associações num edifício que está a meio, iniciada a sua recuperação em 2005 e que, neste momento, está a degradar-se a olhos vistos precisamente porque, não está terminado?
Para quando uma Biblioteca Municipal num espaço condigno que possa honrar os pergaminhos deixados por um apaixonado da nossa história e que tanto fez pela Biblioteca? Para quando o fim do recinto do Castelo, que está em obras desde 2001 (10 anos) e que, tem um novo cata-vento (em forma de grua) mais uma velhinha torre de relógio entaipada há mais de ano e meio sem nunca ter tido qualquer intervenção?

Aqui ficam umas quantas dicas completamente de borla  para que, o Executivo Camarário refresque e remodele, a sua forma de fazer marketing...
Que tal terminarem o que começam? Que tal ouvirem os munícipes TODOS e acatarem algumas sugestões fora do V. círculo de abanadores de cabeça?
Que tal não demonstrarem vergonha das V. iniciativas... terem ao menos as ruas prontas, para acolher quem nos procura e dar de nós todos, uma imagem que não seja de catástrofe?


Prometi que iria ser um breve texto...
Impossível resumir quando se ama a nossa terra...Até os fígados se revolvem quando se vê maltratá-la...

2 comentários:

  1. Nunca estão satisfeitos com coisa nenhuma...uma obra tão emportante e já estão a desdenhar...

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  2. Acho que existem reuniões na câmara e na assembleia municipal onde os cidadãos podem participar... Ah, e se houvesse menos abstenção também ajudava!

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