terça-feira, 7 de junho de 2011

É só comparar...e reflectir!

Criar condições para que cada um compreenda e se sinta orgulhoso do seu papel, contribuindo de forma activa e empenhada para o desenvolvimento de um território que é de todos, é o minimo que se espera de um executivo camário eleito por um grupo de cidadãos mas que, assumiu um compromisso público, com todos os munícipes.
As terras desenvolvem-se investindo na qualidade de vida dos que nela habitam e cativando os de fora para nela desenvolverem os seus projectos.
Que importa que sejamos poucos e que a nossa população esteja envelhecida?

Há exemplos de territórios que, observando de longe, nos parecem ainda mais difíceis que o nosso e onde foi possível desenvolver projectos que contrariam a natural descrença no desenvolvimento dessas zonas.
Como alguém disse " está tudo inventado"...e "a vida é curta demais para podermos cometer todos os erros"...assim sendo, o melhor é observar com olhos de ver outras realidades e outras experiências.
Falar com as pessoas, perguntar-lhes o que querem, o que lhes faz falta, levá-las a conhecer outras realidades, a comparar projectos, talvez ajudasse a abrir as mentes, a promover novos interesses e ideias.

Tomemos como exemplo as Terras de Barroso onde se motivam os mais idosos, mas não menos válidos, a darem o seu melhor e a sentirem-se úteis na sociedade em que se inserem, ao contrário do que sucede aqui, neste reino à beira de Alqueva plantado.
Façamos pois algumas comparações.

Aqui promove-se o parasitismo, a incultura, o desprezo e o coitadismo.
Lá, pelas terras de Barroso, incentiva-se a actividade, a partilha, promove-se o turismo com temas que, de facto, chamam os turistas.
Aqui faz-se um Museu Gordillo onde o número de visitantes deprime qualquer estatística.
Por lá, o Museu que apresenta o que de melhor se faz em artesanato, elaborado por mãos que já viveram muito teve, em 2010, 30 mil visitantes e, facturou em venda de recordações, 50 mil euros.
Por cá, promove-se a Praça com os seus bancos apropriados para idosos e toxicodependentes, o largo das pichas murchas, onde aquela gente poderia ainda dar muito a si à sociedade, em vez de se sentirem confortáveis com o conceito de coitadinhos que "já trabalharam muito".
Por lá, com 80 anos ainda se trabalha no campo porque parar é morrer, por aqui com 60 ou menos, promove-se o parasitismo, a inacção o amibismo, deitando-se as culpas ao poder capitalista e à falta de condições.
Por lá criam-se associações culturais que acolhem a mais valia intrínseca aos mais velhos, de forma a que, ao sentindo-se úteis, se sintam consequentemente mais felizes partilhando com todos, as suas experiências de vida.
Por cá, temos associações de reformados, pensionistas e idosos, universidades seniores e grupos corais femininos que "entretêm" pessoas com médias de idade superiores a 60 anos.
Por lá abrem as portas aos visitantes e têm orgulho no que fazem e representam.
Por cá fecham-se portas, pois nada de interesse temos para dar, e para calar algumas bocas que possam emergir, lá se organizam umas excursõezitas até Monte Gordo ou a Fátima para matar o bicho.

Façam as comparações entre a realidade das Terras do Barroso, com 80 habitantes chega a ser bem mais interessante e cativante para visitar que este feudo por aqui. Quem vê esta reportagem fica certamente com desejo de visitar...eu fiquei.

Para quando o entendimento de que o desenvolvimento do Alentejo e da nossa região em particular, está naquilo de que insistimos em queixar-nos? Até quando nos vamos recusar a encarar o nosso território com olhos de ver?
Somos a última região intocada da Europa, temos a qualidade de vida que nenhum dos países do norte consegue ter, temos um clima de fazer inveja, uma população acolhedora, uma arquitectura única, uma gastronomia de eleição, gente empreendedora e capaz de concretizar projectos interessantes.
Compete ao poder local promover encontros para que as ideias surjam, criar condições para que os projectos se concretizem...ver para além de 4 anos...Despertarem para o facto de que há mundo para além da cadeira onde encaixam o traseiro.
Continuar a exercer o poder autárquico com o espírito curtinho do promotor de ajuntamentos e do merceeiro da aldeia não leva a lado nenhum.
Incultos e autocratas não honram os lugares para que foram eleitos...não é com poeiras subterrâneas atiradas aos olhos das pessoas que se serve uma população e uma região necessitada de desenvolvimento, sustentado e alicerçado nos nossos recursos e na nossa vontade.

Queremos dizer bem alto que "somos de MOURA e temos orgulho nisso"! Queremos fazer parte da história da nossa terra!


3 comentários:

  1. As pessoas têm que tomar estes projectos como seus...se tal não suceder, por melhores que sejam os conceitos, por maior que seja o investimento...estão condenados à partida.

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  2. Ena!
    Nunca tinha visto num texto só dar tanta porrada no pessoal de um Museu Municipal. Dá-lhe, Falâncio!
    Ó Muammar, o que são "poeiras subterrâneas"?

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  3. Calhando são sulfamidas...

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